Fui procurado para aconselhar um casal de noivos sobre seu casamento.
Namorados de bom tempo, fizeram inúmeras perguntas e conversamos bastante. Ao final fizeram uma pergunta recorrente na minha vida.
Acha que devemos casar?
Não foi a primeira vez que respondi "não", mas foi a primeira vez que não ficaram com raiva de mim.
A primeira pergunta sempre vem com uma segunda, mas porquê?
Nesse caso específico percebi que ainda tinham muitas raízes dolorosas em relação a família. Nada resolvido, tudo muito à flor da pele. Propus um caminho alternativo para que percebessem sozinhos que não poderiam casar pela quantidade de diferentes crenças e problemas que carregavam consigo. Para minha surpresa, concordaram e foram embora.
Encontrei novamente com eles essa semana. E após dois anos me pediram ajuda para salvar o casamento. Para começar nem sabia que isso tinha acontecido e fiquei realmente surpreso.
Minha primeira pergunta foi... Fizeram o que pedi?
Se entreolharam e balançaram a cabeça negativamente.
Existem momentos na vida que todos sabemos que algo vai dar errado e mesmo assim vamos em frente. O casamento é o mais comum. Quando noivos, não vi ninguém seguir o conselho de não casar, mesmo com todas as evidências que aquilo não vai dar certo. Eles perceberam que uma breve conversa sobre assuntos simples como sexo, trabalho e dinheiro, os faria desistir. Agora querem tentar salvar o casamento.
Ele filho de pais separados, criado pela mãe, com muitas dificuldades financeiras, mas criado mimado pela mãe e irmã.
Ela filha de pais ainda casados, mas o pai tem outra família que é de pleno conhecimento de todos.
Nem preciso escrever mais.
Ela entende que mulher não deve servir e que todas as atividades da casa devem ser divididas. Ele não diz que não, mas espera ser servido o tempo todo.
As dores e feridas vieram a tona, mas não aceitaram conserto. Dolorido demais.
Assim, alguns meses depois e consultas a outros conselheiros, separaram.
Casais que não resolveram suas questões familiares não são bons esposos, esposas e pais. Alguns poucos realizam um bom trabalho, mas o esforço nunca compensa os resultados. Fico preocupado com a cultura de casamentos arranjados e feitas às pressas. Também a falta de pessoas que digam realmente a verdade para os casais. Muitos nem deveriam namorar.
O passado é o maior assassino de casamentos. Principalmente as dores, sentimentos e problemas da família. O perdão, o amor e a renúncia a dívidas são os maiores resgatadores de maridos, esposas, filhos, pais e mães. Sem isso, só desastres.
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