quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Pais Preguiçosos


Selma e Jorge estão casados há 10 anos e tem inúmeros problemas conjugais. Mas o maior problema deles é uma zona de conforto que só existe na mente deles. Eles discutem o tempo todo por dinheiro, lazer, televisão, política, educação dos filhos e seu próprio relacionamento.

Para justificar, para amigos e parentes, a sua falta de atitude diante das questões que os afligem, eles utilizam os filhos. Não separamos por causa dos filhos. Como se essa fosse à única solução possível.

A preguiça, inépcia, ou seja lá o que for, para investir no relacionamento conjugal e com os filhos fica escondida por trás de uma aparente ação humana. Proteger os filhos. Pesquisas demonstram os filhos que convivem nas mesmas casas com os pais e estes são emocionalmente ausentes, sofrem mais do que os órfãos.

Faz sentido. As ações diárias de convivência falam forte. É necessário abrir mão da televisão, internet, pós-graduação, mestrado e trabalho para sentar com mulher e filhos e travar conhecimento. O egoísmo, a preguiça e ausência de habilidade emocional são alguns estilos de vida dos pais que temos observado. Às vezes vejo isso em mim. É necessário estar vigilante e ser cuidadoso com as pessoas do convívio pessoal.

Carinho, amabilidade, olho no olho nas conversas, tom de voz, contato físico, atividades ao ar livre e tempo de qualidade são alguns itens que devem ser praticados com freqüência no trato familiar. A ausência destas atividades pode criar barreiras entre os membros da família que, com o tempo, podem se tornar intransponíveis.

Ou seja, pais preguiçosos também são hipócritas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O Divórcio Não é uma Crise Temporária


Entre os chavões que mais detesto para justificar uma ação de ruptura como o divórcio é que vais passar, pois é uma crise temporária.

Não vai passar.

A autora de Best Sellers Judith Wallerstein estudou crianças cujos pais se separaram na década de 70 e concluiu que as conseqüências do divórcio se estendem por décadas na pessoa dos filhos e em seus relacionamentos.

Os pais justificam para si mesmos que os filhos os perdoarão e que farão tudo para minimizar as conseqüências do divórcio em suas vidas.

Entretanto, a infância é duramente afetada, segundo estudos, nas áreas financeira, emocional, sexual e espiritual do futuro adulto. Ou seja, erros dos pais, conseqüências nos filhos.

Já tenho visto um movimento, tímido, mas existe, de pessoas que perceberam que dá trabalho se divorciar e que é melhor resolver o problema. As pontas soltas em um divórcio são inúmeras.

Do ponto de vista econômico, os filhos vêem seu conforto e condições de alimentação e segurança decaírem. O pai contrai uma dívida em longo prazo, que persiste quando casa novamente. Se casar novamente, a nova família passa a ter como sócios os membros da família anterior. Essa sociedade é injusta para todos.

Além disso, os pais podem cair no lugar comum de usarem os filhos como instrumento de dor contra o outro, síndrome chamada de “Alienação Parental”, ou mesmo em outra chamada ”Síndrome da compensação”, a vida de todos vira um inferno. Se os envolvidos não forem maduros, novos divórcios se formam, homens deixam seus lares por não aguentarem a pressão.

Interessante que ao acompanhar alguns casais desde a sua formação vejo que tudo o que fazem é criar desculpas para conseguir o que querem.

Quando os pais aconselhavam a não casar, havia mil motivos, ele é bonito, charmoso, atencioso, inteligente, trabalhador, tem situação estável, etc...

Para separar ele é chato, não trabalha, nem se importa comigo, é estúpido, não cuida do corpo, etc...
Percebi então que é tudo um viés. Pessoas mimadas, acostumadas a ter tudo sem se importar com as conseqüências de suas decisões nas vidas dos outros. Da desonra contra os pais, até os problemas emocionais nos filhos, nada disso importa. Apenas seus desejos. Dizem que: O que importa é ser feliz!

Nem que se seja sobre os escombros das vidas de outros.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pais Ameaçadores


Nestes dias em que a violência tomou conta das telas de cinema, os jornais e a internet, não temos poucos lugares seguros, quietos e pacíficos para nos abrigar sem sermos tomados de assalto por cenas, sons e apelos violentos.

Um desses lugares seguros é o nosso lar. É onde todos deveríamos nos sentir bem, confortáveis e com estabilidade. Onde o diálogo tem contornos de oração. Onde os abraços são ternos e os olhares acolhedores. Onde todas as opiniões e as expressões são recebidas e discutidas com amabilidade. É um lugar de refúgio.

O pai ameaçador subverte essa  lógica. Ele consegue transformar o mundo em um lugar inóspito, pois não há para onde fugir.

A principal característica desse tipo de genitor é impaciência em tempos de crise. Qualquer desvio nos rumos normais de seu dia transforma seu tom de voz, sua expressão corporal e seu olhar em diferentes tons de raiva. Ele deixa claro, fisicamente que se as coisas não estão bem, e que ficarão piores.

Em dias e situações normais seu humor é tranqüilo e pode ser inclusive ser caracterizado por ser uma pessoa calma. Mas então qual é o diferencial desse pai ou mãe? A ameaça.

As situações ou expressões mais usadas são: se você não se comportar vou te bater! Ou, se você não se comportar vou te mandar embora de casa! Ou ainda, você deve se comportar senão... Ou seja, toda ação fora do padrão tem uma conseqüência extrema para a criança ou jovem. Não faz diferença para a criança a ameaça física ou não. A violência verbal também é nociva e não deixa marcas visíveis que podem ser tratadas imediatamente.

O resultado das ameaças pode enquadrar a criança em um comportamento esperado, mas é externo, apenas para satisfazer os pais. Internamente, ela não tem consciência da necessidade moral ou mesmo intelectual para manter um determinado comportamento. O medo é a motivação de suas ações. Sem o medo tudo pode ser feito.

Além disso, a comunicação entre pais e filhos fica prejudicada. Os filhos não se sentem confortáveis e tem receio de repartir suas experiências, erros e acertos com quem continuamente os ameaça nos momentos de falha ou vacilo.

Outro efeito colateral é que o jovem passa a querer se livrar dessa situação. A falta de comunicação, afeto e o medo instigam o jovem a sair de casa. Quando a situação é desesperadora, a saída pode ser um casamento, um emprego, ou mesmo fuga clandestina de casa.

A saída disso é criar um ambiente seguro para que a criança ou jovem tenham espaço para se manifestar, compartilhar suas idéias sem medo de ameaças, sejam elas físicas ou verbais. O tom de voz dos participantes da comunicação não deve se alterar. Os olhares mesmo se houver reprovação de uma idéia e / ou comportamento devem ser de aceitação. O confronto deve se manter no campo das idéias. Porque não fazemos assim? Por que manter um alto nível de comunicação e discussão dá trabalho.

Pais preguiçosos querem chegar a casa e ver TV ou ir para internet.

As punições devem ser aplicadas sem ameaça prévia. Ou seja, se saiu da linha o pai deve avaliar a melhor punição sem afetação, com calma e com planejamento. A punição não deve ser uma frase impensada resultado de um momento de raiva. A criança ou adolescente carrega um fardo pesado pelo tempo viver perto dos pais. O medo constante de falhar de não se encaixar.

Além disso, as punições ou frases dos pais não devem ser de ruptura de relacionamento, como mandar o jovem embora, nunca mais falar com ele ou ameaça de perda de estima ou amor. Cessar a comunicação e o relacionamento é o fracasso total das relações familiares. A comunicação e o relacionamento devem ser mantidos, cuidados e tratados com esforço e carinho.

Dá trabalho. Mas o resultado são filhos seguros de si, amáveis, respeitosos, educados e acima de tudo que estimam e amam seus pais.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pai Ausente



Pais ausentes dificultam o desenvolvimento normal de uma criança.

Essa afirmação é pautada em estudos freqüentes realizados em diversos centros de pesquisa e universidades, em todos os níveis sociais, econômicos e religiosos. Foram feitas pesquisas em todos os continentes e consideradas as condições culturais de cada povo.

É como se a atuação do pai fornecesse partes de um lego que monta a personalidade e o caráter de um individuo. A sua ausência seja de tempo ou de falta de relacionamento parece dificultar a montagem desse lego. As conseqüências para o novo ser são terríveis e criam barreiras intransponíveis se não houver auxilio.

Filhos de pais ausentes têm maior envolvimento com delinquência juvenil, associado a abuso de drogas, vadiagem, roubo e bebida. Esses aspectos são maximizados se o pai é ausente na vida escolar do filho, a partir da sexta e sétimas séries.

A distância do entre o pai e o filho aumenta a possibilidade de uso de maconha e a percepção do filho em ser apanhado em delitos maiores. Ou seja, ter um pai por perto que tenha influencia positiva impede o engajamento do jovem em múltiplos delitos que seriam seus primeiros problemas com a sociedade.

O pai ausente – medido pela freqüência de contato e qualidade do relacionamento – é relacionado com filhos com maior disposição a sintomas de dissimulação, comportamento anti-social, depressão, tristeza, e mentira (Flouri & Buchanan, 2002a; King & Sobolewski, 2006; Mosley & Thompson, 1995).

Pais ausentes geram mais filhos com problemas de conduta, bullying, hiperatividade, vitimização, dificuldade de se socializar na vida escolar e problemas associados a notas. Esses filhos têm 80% mais chance de ir para a prisão. Além disso, duas vezes mais chance de atividade sexual precoce e sete vezes mais chance de gravidez precoce.

A vida escolar dessas crianças é pautada por problemas de atenção, desobediência, repetência e tem menor chance de chegar a estudos superiores. Além disso, possuem mais chance de cometerem crimes na escola como possuir, usar ou distribuir drogas ou álcool, usar armas de fogo, cometer violência contra professores, administradores ou outros estudantes.

Os pais ausentes são psicologicamente imaturos, menos satisfeitos com suas próprias vidas, são psicologicamente aflitos, não se compreendem e não compreendem os outros. Além disso, não se envolvem com a comunidade ou serviços sociais. Tendem a ter menos satisfação no trabalho e relacionamentos profissionais.

Existem evidências que sugerem que pais envolvidos com os filhos tem estabilidade e satisfação marital na meia-idade. São mais felizes mesmo 20 anos depois do nascimento do primeiro filho.

Filhos que tem pais envolvidos se tornam bons maridos, trabalhadores e excelentes cidadãos na meia idade (Snarey, 1993;Townsend, 2002).

Ser um pai ausente tem conseqüências. A sua proximidade com seus filhos pode determinar destinos na prisão, nas drogas ou pessoas extremamente felizes.

Uma mulher deve consistentemente observar o pai de um pretendente, pois pode ter uma visão de como será sua possível vida de casada e de como seus filhos serão tratados.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Pai Presente

A observação das famílias que travamos experiências nos cursos que ministramos nos dá uma visão privilegiada a respeito de causas e conseqüências dos maiores problemas que afetam os lares. Essa visão por vezes carece de evidências técnico - cientificas.

Estudando esses assuntos coletei alguns estudos e trabalhos acadêmicos que confirmam minhas observações e conclusões sobre a ausência do pai em um lar.

Presença pode ser medida pelo montante de interação, vários níveis de brincadeiras e cuidados com ensino pessoal, atividades físicas, emocionais e espirituais. Comparados com a comunicação exercida pelas mães, a troca de informações realizada pelos pais, requer que a criança assuma mais responsabilidades na interação. Isso encoraja as crianças a falar mais, a usar um vocabulário mais diversificado e declarações mais longas com seus pais (Rowe, Cocker, & Pan, 2004).

Filhos que tem seus pais envolvidos, nas atividades escolares, têm melhores médias, lêem melhor e são bem conceituados entre seus professores, gostam de ir e se manter na escola e não possuem problemas com suspensão, expulsão ou repetência (Astone & McLanahan, 1991; Brown & Rife, 1991; Mosley & Thompson, 1995; National Center for Education Statistics, 1997; Nord & West, 2001; William, 1997). Além disso, buscam escolas mais conceituadas e difíceis de entrar, bem como entendem que a educação tem um caráter importante em suas vidas (Astone &McLanahan, 1991; Blanchard & Biller, 1971; Cooksey & Fondell, 1996; Feldman & Wentzel, 1990; Gadsen & Ray, 2003; Goldstein, 1982; Gottfried, Gottfried, & Bathurst, 1988; Howard, Lefever, Borkowski, & Whitman, 2006; McBride et al., 2005; McBride, Schoppe-Sullivan, & 2005; National Center for Education Statistics, 1997; Shinn, 1978; Snarey 1993; Wentzel & Feldman, 1993).

Crianças de pais envolvidos têm predisposição a ter relacionamentos positivos com seus pares, serem populares e queridos. Suas relações com outras crianças são menos negativas, com menos agressão, menos conflito, maior reciprocidade, mais generosidade e maiores qualidades de amizade. Resolvem a maioria de seus problemas com outras crianças sem buscar a intervenção de seus pais.

Na sua adolescência e juventude, são sociáveis entre si e com adultos, têm redes sociais mais consistentes e duradouras, casamentos felizes, são satisfeitos com seus pares românticos na meia idade. Apresentam mais segurança em suas interações românticas, bem como parcerias saudáveis com seus cônjuges (Grossmann, Grossmann, Winter, & Zimmerman, 2002).

Pais afetuosos e presentes influenciam significantemente a maturidade moral de seus filhos, no que diz respeito a questões sociais, comportamento moral, julgamento moral pessoal, valores morais e conformidade com leis e regulamentos (Hoffman 1971; Speicher-Dublin, 1982).

Adolescentes que se identificam fortemente com seus pais têm 80% menos chances de serem presos, 75% de serem pais não casados e atividade sexual e gravidez precoce.

Pais presentes formam homens fiéis a suas esposas e um ciclo virtuoso de novos pais presentes!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Família Mosaico – Síndrome da Alienação Parental


Conceito

A síndrome da Alienação parental é uma forma de abuso, em que um dos genitores (alienador), influencia negativamente os filhos, utilizando-os como instrumento de dor, denegrindo a imagem e incentivando a desobediência, ativa e passiva, com intuito de impor obstáculos para o relacionamento do outro genitor (alienado), com os filhos.

Segundo o psiquiatra Richard Gardner em seu livro Recent Trends in Divorce and Custody litigation, o genitor alienador apresenta o seguinte comportamento, dentre outros:

- Recusar-se a passar as chamadas telefônicas aos filhos;
- Desvalorizar e insultar o outro genitor na presença dos filhos;
- Tomar decisões importantes a respeito dos filhos sem consultar o outro genitor (escolha de escola, religião, etc.);
- Culpar o outro genitor pelo mau comportamento dos filhos;
- Organizar várias atividades com os filhos durante o período que o outro genitor deve normalmente exercer o direito de visitas, entre outros.

Contexto

Após 15 anos de casamento Claudia e Euclides, separaram-se. Em meio a discussões intermináveis e muito rancor, dividiram os bens e como seria o relacionamento com o filho de 15 anos, Lúcio.

Tudo ia bem até que Euclides começou a namorar. A atitude do filho durante o período de visita ficou visivelmente agressiva. O rapaz se recolheu, passou a inventar desculpas para não ir para a casa do pai e não atendia telefone. A comunicação entre pai e filho diminuía dia a dia.

O conflito

Lúcio como apresentar episódios de raiva, demonstrando sentimentos de ódio contra o pai. A comunicação entre os dois diminui e encontra facilidades com a resignação do pai em relação ao assunto.

Ao se referir ao pai, Lúcio, fala exageradamente dos defeitos e ações. Demonstra ter uma visão distorcida do caráter do pai.

Rejeita a madrasta. Desrespeita e evita o contato. Desobedece e empreende ações que indicam o seu desprezo pelo relacionamento em vigor.

Conseqüências

Euclides se afasta ao ponto de não se comunicar com o filho por meses.

Esse afastamento tem repercussões na vida e Lúcio. Apresenta depressão, ansiedade. Passa beber e usar drogas.

As notas e o comportamento com professores e colegas não é o mesmo. A estima está baixa e tem dificuldades em estabelecer relacionamentos.

Não sabe quem é, pois a imagem da figura em que deveria se espelhar como homem foi duramente atacada e eventualmente destruída no processo. O gênero não faz mais sentido. Ser homem e se assemelhar a figura paterna é doloroso, há remorso e culpa nesse relacionamento.

Solução

Nesse ponto, a reversão é difícil. Começa com o entendimento dos pais que a cura do filho começa neles. O relacionamento entre os ex-cônjuges deve ser revisto.

Procure ajuda para si mesmo. Amigos, líderes espirituais, psicólogos especializados em família podem ajudar nessa situação de estresse.

Busque um mediador. Estabeleça com a contraparte alguém com experiência em educação de filhos que auxilie no processo de condução de seus filhos durante a separação.

Após o acerto entre eles, o perdão e a admissão dos erros de desonra e omissão devem ser feito na presença do filho. O conserto tem que ser presenciado e ter a participação de todos.

A partir daí, o pai, deve estabelecer um relacionamento emocional e espiritual com o filho. Presença e tempo de qualidade. Todas as outras prioridades da família devem se voltar para resolver isso. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Família Mosaico – Síndrome do Baby


Contexto

Soraia casou-se com Alberto. Este, com um casal de filhos, que passaram a morar com ele por ocasião de seu novo casamento.

O menino e a menina, 12 e 13 anos respectivamente, foram doutrinados pela mãe a atrapalhar ao máximo, o relacionamento do novo casal.

A madrasta, com toda boa intenção, oferece carinho e amor, que pensa ser o oferecido por uma mãe de verdade. Pensa: Agora sou casada e mãe.

Como todo bom início de casamento, o casal é todo carinhoso entre si. Passam juntos o tempo todo, as expressões verbais e físicas de carinho são explícitas. A sexualidade de ambos está à flor da pele. Isso não passa despercebido pelos filhos.

O conflito

Na primeira necessidade de exercer autoridade, a nova madrasta ouviu: Você não manda em mim, você não é minha mãe! O Choque inicial só não é pior porque não era um momento de disciplina. A vontade de se encaixar, de ser aceita como mãe dificulta que se exerça autoridade gerando muita ansiedade e insegurança. O casamento fica em risco.

Não ser mãe, não exime a responsabilidade que repousa sobre a madrasta. Ela precisa manter a ordem e a disciplina durante o tempo que estiver só com os enteados e que suas determinações sejam obedecidas mesmo em sua ausência.

A filha por sua vez, vê a madrasta como um obstáculo, uma adversária na disputa do carinho e amor do pai. O pai já não a abraça mais. Não pega no colo. Não vai ao seu quarto contar estórias ou brincar com ela. Não há mais conexão. E a culpa é da madrasta. E esta vai pagar caro por isso. Essa atitude tem apoio e incentivo da ex-esposa. Isso vai custar em sua vida. Caro.

O pai não vê problemas em nada disso. Tudo vai se resolver com o tempo. No máximo a culpa de tudo isso é da mãe, e ele não pode fazer nada, afinal ela é assim mesmo e foi por isso que se separaram. Vai ter uma conversa com os filhos e tudo vai ficar bem.

Conseqüências

A madrasta está sobrecarregada. Precisa manter tudo em paz, afinal o esposo disse que é assim mesmo. Sem autoridade, sem apoio do marido e sendo sistematicamente sabotada e desonrada pelos enteados. Sem saber o que fazer entra em depressão.

Os filhos estão carregando um peso que a mãe colocou sobre eles. O de acabar com a felicidade da madrasta. Isso dificulta seu crescimento emocional e incute neles a visão de que a vida é feita de joguinhos e que os relacionamentos familiares, bem como o casamento é uma farsa. Logo vão descobrir que foram usados pela mãe contra o pai e tendem a se retrair. O resultado é desobediência, alienação dos assuntos familiares, relacionamentos destrutivos e em alguns casos tentativas de suicídio. Cabe aqui um parêntese. A tentativa de suicídio mal-sucedida não significa que o jovem quer chamar atenção. Significa que está mais próximo de conseguir se matar.

O pai passa a ser pressionado pelos filhos, esposa e ex-esposa. Não tem mais paz. Espera que o tempo solucione os problemas. Isso não vai acontecer. Por vezes, a conseqüência ´novo divórcio.

Solução

As regras para conduzir esse tipo de situação, resguardadas as exceções, são:

1º - você não é a mamãe, mas se for chamada assim, deixe;
2º - você é autoridade;
3º - exerça autoridade;
4º - não abra mão, em hipótese nenhuma, da sua autoridade;
5º - privilegie o relacionamento, a amizade é conseqüência e não o objetivo;
6º - exija a participação do marido nas decisões e não aceite que o tempo seja o remédio para os problemas;
7º - haja como adulto, não entre em discussões ou pequenas guerrilhas com os adolescentes, você não vai ganhar e todos perdem;

As regras acima citadas servem também para os padrastos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Família Mosaico – Síndrome dos Dois Reinos


Contexto

Em visita a um casal de Foz do Iguaçu visualizamos, eu e minha esposa, um problema recorrente nas famílias mosaico, a dificuldade de se estabelecer a autoridade em relação aos enteados.

No casal em questão, a mãe determinou, logo nos primeiros dias de casamento, que o padrasto não ensinaria e nem aplicaria castigos ao filho, então com sete anos. Isso reduziu as possibilidades de se estabelecer um relacionamento e a capacidade do padrasto de influenciar positivamente a vida do enteado.

O padrasto, para evitar conflitos na família recém formada, aceitou a retirada de sua autoridade. No começo, a zona de conforto e ausência de conflitos parece dar a razão s essa decisão. Entretanto, isso não é bom.

Hoje com 20 anos, o filho apresenta dificuldades com sua sexualidade, relacionamentos familiares e sociais, bem como depressão. Está em tratamento com psiquiatras e psicólogos. Toma remédios controlados, não trabalha e não estuda. O desinteresse por trabalho e por estudo tem origem na incapacidade de relacionamento com pessoas e na dificuldade em receber ordens.

O conflito

A mãe retirou do padrasto a autoridade para com o enteado. A frase foi: “você não é o pai, a partir de agora você não tem que cuidar de nada do garoto.” Inicia-se a síndrome dos dois reinos.

Normalmente é assim, uma verdade e uma mentira. A verdade ampara a mentira. De fato, ele não é o pai. Mas é autoridade sobre tudo que é sua responsabilidade, todos os bens materiais da casa, bem como pessoas. Isso é indissociável.

Ao retirar a autoridade do padrasto, que assim consentiu e tem parte no problema, a mãe criou um novo reino em casa, alijou o filho de um relacionamento importante com autoridade masculina e deu poder de escolha a alguém sem parâmetros, personalidade formada e experiência para decidir, seu filho. Além disso, a mãe não conseguiu ensinar e estabelecer limites na educação do filho. Nas palavras de Jesus, um reino dividido não pode subsistir.

Conseqüências

Nesse cenário, o filho entende que a única autoridade que existe sobre si é a sua mãe.

Esta autoridade é manipulável e cede as suas vontades. Sendo assim, os professores, policiais e chefes não autoridades em sua vida. A transgressão e o desrespeito fazem parte de sua vida confortável. Deixá-lo a vontade é uma forma de amor dado pela mãe em uma tentativa de compensar a falta que um pai faz. Nenhuma mãe consegue isso. Bem como nenhum pai vai suprir a falta que uma mãe faz.

Além disso, há conflito constante. O filho se considera dono de si. Duas autoridades na casa. Isso cria um ambiente de desonra para o homem e sobrecarga para a mulher.

Desde que começamos a trabalhar com casais, nas suas diversas formações, ouvimos mulheres reclamando de sobrecarga. Esse é o resultado de assumir responsabilidades inerentes a todos os membros da família.

Ao executar atividades que são responsabilidades de outros, retiramos a oportunidade de crescimento e participação nas atividades da casa. É necessário criar um ambiente colaborativo, em que todos sabem que fazem parte de uma equipe. Sem isso, alguém vai ficar sobrecarregado.

Recebemos relatos de mulheres que estão com sobrecarga de atividades, visto que retiraram do homem suas responsabilidades, com vistas a proteger o filho e a si mesma. Cuida das finanças, da limpeza, educação dos filhos e da própria vida. Isso não é casamento. Algumas pessoas percebem isso e a conseqüência é novo divórcio.

O sentimento familiar de equipe, de amizade e de intimidade é de responsabilidade do homem.

Sem autoridade, o homem se sente pressionado, pois não consegue programar ações nesse sentido, muito menos tomar decisões. Para onde viajar, o que ver na TV, notas da escola, horário de dormir, o que comer, tudo passa por três instâncias de decisão: o pai, a mãe e o filho.

Continuamente desonrado, sem margem de manobra em sua própria casa, passa a maioria do tempo em locais onde se sente a vontade. Menos em sua casa. Passa a ser ausente, pois não é necessário.

O filho ao receber todo esse mimo, e ver toda confusão e conflito na casa, entende isso como fraqueza. E se afasta. Filhos gostam e se aproximam de pessoas com autoridade. Principalmente se essa autoridade for moral.

A primeira ilusão do homem que casa com mulher com filhos é que ele será um bom pai ou pelo menos fará esforço para isso. Isso é uma mentira.

Ele pode exercer autoridade com sabedoria e conseqüentemente ser um amigo. Alguns homens ficam tristes quando ouvem a expressão: “você não é meu pai!” Embora isso seja um fato, não deve ser motivo de tristeza. Devemos aceitar o título de padrasto e exercer todo o poder, amor e sabedoria que o cargo exige. Em algum momento de dificuldade com a mãe e o enteado, teremos a tentação de deixar de lado a autoridade. Isso é um erro terrível na educação de filhos. As conseqüências são inegáveis. E virão.

Solução
As regras para conduzir esse tipo de situação, resguardadas as exceções, são:

1º - você não é o pai, mas se for chamado assim, deixe;
2º - você é autoridade;
3º - exerça autoridade;
4º - não abra mão, em hipótese nenhuma, da sua autoridade;
5º - privilegie o relacionamento, a amizade é conseqüência e não o objetivo;

As regras acima citadas servem também para as madrastas.

Treinamento de Líderes dos Cursos de Educação de Filhos


14 e 15 de dezembro de 2012 em Brasília, DF
TREINAMENTO DE LÍDERES DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO DE FILHOS




Prezados Irmãos,
Um dos grandes desafios dos educadores é envolver os pais na educação de seus filhos. Isto também é verdade no ministério infantil das igrejas. Através de ferramentas de ensino baseadas na Palavra de Deus, o GFI (Growing Families International) tem prestado excelente auxílio às escolas e igrejas no cumprimento desta tarefa.
O curso Como Criar Seus Filhos é um conjunto de 10 lições sobre paternidade, todas em DVD, acompanhadas do manual do participante que inclui várias tarefas de ordem prática.
Alcançando o Coração de Seu Adolescente é um material de extrema relevância social e, sobretudo, espiritual. Os adolescentes estão no centro da efervescência social. Os pais precisam de um recurso bíblico que os ajude a transicionar seus filhos para a vida adulta.
Educação de Filhos à Maneira de Deus é um curso que, ao longo de mais de dez anos, já ajudou mais de 30 mil pais no Brasil. Com ampla fundamentação bíblica, este curso é indispensável para pais que desejam levar seus filhos ao pleno conhecimento da vontade de Deus.

Público-Alvo: Pais, Avós, Pastores, Educadores, Líderes de Casais, do Departamento Infantil e de Adolescentes, promotores, juízes e conselheiros tutelares.

Objetivos:
·  Incutir nos pais os princípios da Palavra de Deus, encorajando-os a trabalhar não somente no comportamento externo dos filhos, mas, sobretudo, nas atitudes do coração.
·  Desafiar os pais a desenvolver um relacionamento de confiança com os filhos, ajudando-os a olhar com otimismo os anos da adolescência.
·  Estabelecer a visão bíblica da paternidade, para que os pais possam conquistar a mente e o coração de seus filhos.



Local: Igreja Evangélica Assembléia de Deus do Sudoeste – End.: SIG Sul Quadra 8 Lote 2376 Piso Superior – Setor Sudoeste – Brasília, DF

Programação:
Dia 14/12 (sexta-feira), 19:30 às 22 horas.
Dia 15/12 (sábado), de 8 às 19 horas. Intervalo para almoço – 12:30 às 14 horas.

Taxa de Inscrição
·  R$ 130 – casal ou individual (com material incluso: manuais do líder e do aluno referentes aos três cursos; coffee-breaks)
·  É INDISPENSÁVEL trazer uma carta de autorização do seu Pastor para a participação no treinamento.
·  Não temos estrutura para crianças.

Contato e Inscrições
·  Treinadores
·   Alexandre & Neli / Amoque e Eliete
·  E-mail: etchechurry@gmail.com
·  Tel: (61) 8122-1567 – 3340-6337
·  Ao fazer a inscrição, informar no e-mail:
– Nome completo do participante;
– Endereço, telefone, e-mail;
– Comprovante de depósito (digitalizado);
– Igreja a qual pertence.

As inscrições somente poderão estar confirmadas mediante depósito imediato do valor da inscrição na conta corrente (para fins de encomenda dos kits):
Banco do Brasil, Agência 4886-0, c/c 435285-8

VAGAS LIMITADAS!
Amoque  &  Eliete      Alexandre & Neli
Treinadores do Educação de Filhos à Maneira de Deus