Contexto
Soraia casou-se com Alberto. Este,
com um casal de filhos, que passaram a morar com ele por ocasião de seu novo
casamento.
O menino e a menina, 12 e 13 anos
respectivamente, foram doutrinados pela mãe a atrapalhar ao máximo, o
relacionamento do novo casal.
A madrasta, com toda boa intenção,
oferece carinho e amor, que pensa ser o oferecido por uma mãe de verdade.
Pensa: Agora sou casada e mãe.
Como todo bom início de casamento, o
casal é todo carinhoso entre si. Passam juntos o tempo todo, as expressões
verbais e físicas de carinho são explícitas. A sexualidade de ambos está à flor
da pele. Isso não passa despercebido pelos filhos.
O conflito
Na primeira necessidade de exercer
autoridade, a nova madrasta ouviu: Você não manda em mim, você não é minha mãe!
O Choque inicial só não é pior porque não era um momento de disciplina. A vontade
de se encaixar, de ser aceita como mãe dificulta que se exerça autoridade
gerando muita ansiedade e insegurança. O casamento fica em risco.
Não ser mãe, não exime a responsabilidade
que repousa sobre a madrasta. Ela precisa manter a ordem e a disciplina durante
o tempo que estiver só com os enteados e que suas determinações sejam
obedecidas mesmo em sua ausência.
A filha por sua vez, vê a madrasta
como um obstáculo, uma adversária na disputa do carinho e amor do pai. O pai já
não a abraça mais. Não pega no colo. Não vai ao seu quarto contar estórias ou
brincar com ela. Não há mais conexão. E a culpa é da madrasta. E esta vai pagar
caro por isso. Essa atitude tem apoio e incentivo da ex-esposa. Isso vai custar em sua vida. Caro.
O pai não vê problemas em nada disso.
Tudo vai se resolver com o tempo. No máximo a culpa de tudo isso é da mãe, e
ele não pode fazer nada, afinal ela é assim mesmo e foi por isso que se
separaram. Vai ter uma conversa com os filhos e tudo vai ficar bem.
Conseqüências
A madrasta está sobrecarregada.
Precisa manter tudo em paz, afinal o esposo disse que é assim mesmo. Sem
autoridade, sem apoio do marido e sendo sistematicamente sabotada e desonrada
pelos enteados. Sem saber o que fazer entra em depressão.
Os filhos estão carregando um peso
que a mãe colocou sobre eles. O de acabar com a felicidade da madrasta. Isso
dificulta seu crescimento emocional e incute neles a visão de que a vida é
feita de joguinhos e que os relacionamentos familiares, bem como o casamento é
uma farsa. Logo vão descobrir que foram usados pela mãe contra o pai e tendem a
se retrair. O resultado é desobediência, alienação dos assuntos familiares,
relacionamentos destrutivos e em alguns casos tentativas de suicídio. Cabe aqui
um parêntese. A tentativa de suicídio mal-sucedida não significa que o jovem
quer chamar atenção. Significa que está mais próximo de conseguir se matar.
O pai passa a ser pressionado pelos
filhos, esposa e ex-esposa. Não tem mais paz. Espera que o tempo solucione os
problemas. Isso não vai acontecer. Por vezes, a conseqüência ´novo divórcio.
Solução
As regras para conduzir esse tipo de
situação, resguardadas as exceções, são:
1º - você não é a mamãe, mas se for
chamada assim, deixe;
2º - você é autoridade;
3º - exerça autoridade;
4º - não abra mão, em hipótese
nenhuma, da sua autoridade;
5º - privilegie o relacionamento, a
amizade é conseqüência e não o objetivo;
6º - exija a participação do marido
nas decisões e não aceite que o tempo seja o remédio para os problemas;
7º - haja como adulto, não entre em
discussões ou pequenas guerrilhas com os adolescentes, você não vai ganhar e
todos perdem;
As regras acima citadas servem também
para os padrastos.
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