quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Família Mosaico – Síndrome do Baby


Contexto

Soraia casou-se com Alberto. Este, com um casal de filhos, que passaram a morar com ele por ocasião de seu novo casamento.

O menino e a menina, 12 e 13 anos respectivamente, foram doutrinados pela mãe a atrapalhar ao máximo, o relacionamento do novo casal.

A madrasta, com toda boa intenção, oferece carinho e amor, que pensa ser o oferecido por uma mãe de verdade. Pensa: Agora sou casada e mãe.

Como todo bom início de casamento, o casal é todo carinhoso entre si. Passam juntos o tempo todo, as expressões verbais e físicas de carinho são explícitas. A sexualidade de ambos está à flor da pele. Isso não passa despercebido pelos filhos.

O conflito

Na primeira necessidade de exercer autoridade, a nova madrasta ouviu: Você não manda em mim, você não é minha mãe! O Choque inicial só não é pior porque não era um momento de disciplina. A vontade de se encaixar, de ser aceita como mãe dificulta que se exerça autoridade gerando muita ansiedade e insegurança. O casamento fica em risco.

Não ser mãe, não exime a responsabilidade que repousa sobre a madrasta. Ela precisa manter a ordem e a disciplina durante o tempo que estiver só com os enteados e que suas determinações sejam obedecidas mesmo em sua ausência.

A filha por sua vez, vê a madrasta como um obstáculo, uma adversária na disputa do carinho e amor do pai. O pai já não a abraça mais. Não pega no colo. Não vai ao seu quarto contar estórias ou brincar com ela. Não há mais conexão. E a culpa é da madrasta. E esta vai pagar caro por isso. Essa atitude tem apoio e incentivo da ex-esposa. Isso vai custar em sua vida. Caro.

O pai não vê problemas em nada disso. Tudo vai se resolver com o tempo. No máximo a culpa de tudo isso é da mãe, e ele não pode fazer nada, afinal ela é assim mesmo e foi por isso que se separaram. Vai ter uma conversa com os filhos e tudo vai ficar bem.

Conseqüências

A madrasta está sobrecarregada. Precisa manter tudo em paz, afinal o esposo disse que é assim mesmo. Sem autoridade, sem apoio do marido e sendo sistematicamente sabotada e desonrada pelos enteados. Sem saber o que fazer entra em depressão.

Os filhos estão carregando um peso que a mãe colocou sobre eles. O de acabar com a felicidade da madrasta. Isso dificulta seu crescimento emocional e incute neles a visão de que a vida é feita de joguinhos e que os relacionamentos familiares, bem como o casamento é uma farsa. Logo vão descobrir que foram usados pela mãe contra o pai e tendem a se retrair. O resultado é desobediência, alienação dos assuntos familiares, relacionamentos destrutivos e em alguns casos tentativas de suicídio. Cabe aqui um parêntese. A tentativa de suicídio mal-sucedida não significa que o jovem quer chamar atenção. Significa que está mais próximo de conseguir se matar.

O pai passa a ser pressionado pelos filhos, esposa e ex-esposa. Não tem mais paz. Espera que o tempo solucione os problemas. Isso não vai acontecer. Por vezes, a conseqüência ´novo divórcio.

Solução

As regras para conduzir esse tipo de situação, resguardadas as exceções, são:

1º - você não é a mamãe, mas se for chamada assim, deixe;
2º - você é autoridade;
3º - exerça autoridade;
4º - não abra mão, em hipótese nenhuma, da sua autoridade;
5º - privilegie o relacionamento, a amizade é conseqüência e não o objetivo;
6º - exija a participação do marido nas decisões e não aceite que o tempo seja o remédio para os problemas;
7º - haja como adulto, não entre em discussões ou pequenas guerrilhas com os adolescentes, você não vai ganhar e todos perdem;

As regras acima citadas servem também para os padrastos.

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