Contexto
Fomos chamados para auxiliar um casal
que passava por uma crise conjugal. O casal, de São José dos Pinhais, brigava
incessantemente e apresentava como causa o comportamento do filho adolescente.
O filho insistentemente desobedecia ao padrasto e a mãe. A cada visita a casa
de seu pai biológico voltava pior.
Na casa do pai o filho era doutrinado
a não receber ordens ou ensinamentos do padrasto. O pai não acompanha as
atividades escolares ou pessoais do filho. Resultado: bebidas, cigarro,
internet até altas horas, quarto bagunçado.
A mãe por outro lado, desonrava o pai
do menino em cada oportunidade que tinha. As brigas por telefone ou
pessoalmente eram seguidas por acusações a respeito do comportamento do
adolescente.
No dia das mães, embora a mãe
estivesse presente na cerimônia do colégio, foi a madrasta que recebeu as
homenagens do enteado. Resultado: um princípio de confusão entre os dois
casais. O relacionamento entre mãe e filho nunca mais foi o mesmo.
O colégio não realiza mais dia das
mães ou dos pais, pois outros fatos da mesma espécie já haviam ocorrido. O nome
do evento passou a ser “Dia da Família”, o que em minha opinião, vilipendia os
relacionamentos familiares e evita o conflito e o tratamento das famílias. Em
Brasília, a mesma medida é tomada por outros colégios.
Situação
Os pais não agem como uma autoridade.
O ensino de boas maneiras, moral e ética nunca existiu. O filho é usado como
instrumento para se ferirem mutuamente.
Emocionalmente abandonado, se sente
usado e não possui instrumentos morais e emocionais para sair dessa situação.
Ele precisa de um pai. Fica uma
pergunta que o jovem nem mesmo sabe formular. Cadê meu pai? Cadê o meu ponto de
apoio emocional? Onde está o meu confidente? O meu professor, abençoador,
amigo, provedor. Quem vai me punir, me proteger? Quem vai me abraçar e orar
comigo?
O sofrimento do filho é ignorado. Os
pais vivem suas vidas, namoram, casam, viajam, mudam de casa e o filho tem que
se virar com seus sentimentos e frustrações decorrentes das decisões dos pais.
Conseqüências
Grupos sociais formados por jovens,
darks, punks, emos, entre outros, tem em sua estrutura o que falta para o
adolescente ou jovem dentro da família. Regras, padrões, liderança e a
aceitação. Ali ele se encaixa. Ele vai fazer tudo para ficar com esse grupo. Se
encaixar. Mesmo que para isso precise fazer tatuagens, fumar, beber, se vestir
de preto, rosa, o que for. Mas o que vai trazer mais frustração para os pais é
que vai recusar fortemente os grupos sociais aos quais os pais pertencem.
Tivemos relatos de jovens que fizeram
tentativas de suicídio que os pais nem souberam. Estudos mostram que a cada
tentativa de suicídio, fica mais próxima morte do suicida. É um sofrimento
silencioso, doloroso. Os pais pensam apenas em si mesmos. Os filhos sofrem.
Solução
Ademar e Lúcia tiveram uma separação
litigiosa e cercada de acusações e brigas. Os filhos pequenos passaram a apresentar
quadros de obesidade e hiperatividade. Entre o período de diagnóstico e os
novos casamentos fizeram um acordo de manter as mesmas rotinas nas duas casas,
entre outros itens que vou elencar abaixo:
1 – rotinas e regras iguais nas duas
casas;
2 – tempo de qualidade com os filhos;
3 – os pais quando se encontrarem
devem ser cordatos;
4 – os assuntos polêmicos devem ser
discutidos em locais diversos dos lares;
5 – os pais devem se preparar, com
cursos e livros a respeito de educação de filhos;
6 – em caso de novos casamentos, a
comunicação deve ser feita entre os homens e ser periódica;
7 – a punição é aplicada pela
autoridade presente;
8 – tempo de ensino, leitura, abraço, apoio,
oração, entre outros deve existir nas duas casas.
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