Ensino
O ensino dos filhos é um papel do
homem. Lições simples de comportamento à mesa e na presença de visitas ou mais
complexas que envolvem questões morais devem ser elaboradas e conduzidas pelo
pai.
A consistência desse ensino evita
nos anos seguintes de adolescência e juventude o uso de castigos físicos e de
restrição de liberdade em casa. Da mesma maneira, o comportamento desse novo
indivíduo na sociedade se dará na mais perfeita interação, sem sobressaltos ou
inquietações, visto que o jovem já sabe, em termos de ensino, como deve se
comportar e o que esperar do mundo em resposta a essa atitude.
Os erros mais comuns dos pais a respeito
do ensino são:
- terceirizar o ensino;
- tentar ensinar em conflito;
- ensinar sem dar exemplo;
- ensinar atividades ao invés de
princípios;
- não ter valores para ensinar.
O primeiro e o último item têm relação
de causa e efeito. Pais que não tem valores sejam por não terem recebido dos
pais, ou seja, por ignorar o que receberam, terceirizam o ensino. É extremamente
difícil transmitir o que não temos.
Nesse caso, é necessário que os
pais se preparem em cursos específicos de paternidade, e não apenas ler sobre o
assunto, o que também é importante. Adquirir valores aplicá-los em sua própria
vida e repassá-los para os filhos solidifica o relacionamento pai-filho e
prepara o filho para as questões que enfrentará no futuro.
Os valores a que me refiro são
valores espirituais, familiares, sociais, sexuais, econômicos e políticos.
Todos devem ser amplamente apreendidos, explorados pelos pais para que estejam
preparados para os questionamentos dos filhos.
A terceirização do ensino pelos
pais é o item mais sentido pela sociedade. Professores, padres, pastores,
policiais, conselhos tutelares e demais autoridades que tem relação com a infância
e juventude são sobrecarregados com crianças, jovens e adolescentes sem o mínimo
necessário para conviver em grupo. As lacunas deixadas pelos pais são tantas
que as autoridades seculares ou espirituais passam mais tempo corrigindo
comportamentos e atitudes do que exercitando suas atividades dentro das suas
áreas de atuação. Existem pais que são tão irresponsáveis nesse quesito que
dentro de casa terceiriza para as secretárias do lar ou entre si, dizendo: Toma
que o filho é teu.
Lembro que o mundo é implacável
com nossos erros. Somos confrontados todos os dias para que tenhamos desempenho
e capacidade dentro das nossas atividades diárias. Temos pouco espaço para
erros. Nossos filhos estão entrando nesse meio totalmente despreparados.
Ensinando em Conflito
A grande premissa dos pais é que
em dado momento já explicaram determinados assuntos para os filhos. A questão é
que durante o castigo ou mesmo durante uma discussão não há espaço para
aprendizado. O verdadeiro mestrado se mostra em momentos especialmente
preparados, ou seja, o assunto foi estudado, o momento é tranqüilo e o local e
a hora são adequados.
Gritaria, palmadas e orientações
não combinam. O que foi dito nesses momentos de estresse não pode ser contado
no processo de aprendizado.
O exemplo do Pai
O pai pode empreender verdadeiras
batalhas em casa se tiver um comportamento hipócrita e desenvolver a retórica
do faça o que eu digo não faça o que eu faço. Esse tipo de atitude afasta o
filho dos valores do pai. Se o pai é um policial, o filho desenvolve uma
contrariedade com essa profissão e tudo que ela representa. Se o pai é pastor o
filho se afasta da igreja e adota posturas mundanas.
O relacionamento entre pais e
filhos nestas condições é truncado e irá perecer antes da adolescência onde o
filho pode adotar dois tipos de comportamento: o comportamento agressivo e de
confronto ou passivo e de isolamento.
Cito o processo de aprendizado de
Jesus:
Primeiro eu faço e você olha;
Depois eu faço e você me ajuda;
Depois você faz e eu te ajudo;
Depois você faz e eu olho;
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