quinta-feira, 12 de abril de 2012

Pai que ensina


Ensino

O ensino dos filhos é um papel do homem. Lições simples de comportamento à mesa e na presença de visitas ou mais complexas que envolvem questões morais devem ser elaboradas e conduzidas pelo pai.

A consistência desse ensino evita nos anos seguintes de adolescência e juventude o uso de castigos físicos e de restrição de liberdade em casa. Da mesma maneira, o comportamento desse novo indivíduo na sociedade se dará na mais perfeita interação, sem sobressaltos ou inquietações, visto que o jovem já sabe, em termos de ensino, como deve se comportar e o que esperar do mundo em resposta a essa atitude.

Os erros mais comuns dos pais a respeito do ensino são:
- terceirizar o ensino;
- tentar ensinar em conflito;
- ensinar sem dar exemplo;
- ensinar atividades ao invés de princípios;
- não ter valores para ensinar.

O primeiro e o último item têm relação de causa e efeito. Pais que não tem valores sejam por não terem recebido dos pais, ou seja, por ignorar o que receberam, terceirizam o ensino. É extremamente difícil transmitir o que não temos.

Nesse caso, é necessário que os pais se preparem em cursos específicos de paternidade, e não apenas ler sobre o assunto, o que também é importante. Adquirir valores aplicá-los em sua própria vida e repassá-los para os filhos solidifica o relacionamento pai-filho e prepara o filho para as questões que enfrentará no futuro.

Os valores a que me refiro são valores espirituais, familiares, sociais, sexuais, econômicos e políticos. Todos devem ser amplamente apreendidos, explorados pelos pais para que estejam preparados para os questionamentos dos filhos.

A terceirização do ensino pelos pais é o item mais sentido pela sociedade. Professores, padres, pastores, policiais, conselhos tutelares e demais autoridades que tem relação com a infância e juventude são sobrecarregados com crianças, jovens e adolescentes sem o mínimo necessário para conviver em grupo. As lacunas deixadas pelos pais são tantas que as autoridades seculares ou espirituais passam mais tempo corrigindo comportamentos e atitudes do que exercitando suas atividades dentro das suas áreas de atuação. Existem pais que são tão irresponsáveis nesse quesito que dentro de casa terceiriza para as secretárias do lar ou entre si, dizendo: Toma que o filho é teu.

Lembro que o mundo é implacável com nossos erros. Somos confrontados todos os dias para que tenhamos desempenho e capacidade dentro das nossas atividades diárias. Temos pouco espaço para erros. Nossos filhos estão entrando nesse meio totalmente despreparados.

Ensinando em Conflito

A grande premissa dos pais é que em dado momento já explicaram determinados assuntos para os filhos. A questão é que durante o castigo ou mesmo durante uma discussão não há espaço para aprendizado. O verdadeiro mestrado se mostra em momentos especialmente preparados, ou seja, o assunto foi estudado, o momento é tranqüilo e o local e a hora são adequados.
Gritaria, palmadas e orientações não combinam. O que foi dito nesses momentos de estresse não pode ser contado no processo de aprendizado.

O exemplo do Pai

O pai pode empreender verdadeiras batalhas em casa se tiver um comportamento hipócrita e desenvolver a retórica do faça o que eu digo não faça o que eu faço. Esse tipo de atitude afasta o filho dos valores do pai. Se o pai é um policial, o filho desenvolve uma contrariedade com essa profissão e tudo que ela representa. Se o pai é pastor o filho se afasta da igreja e adota posturas mundanas.

O relacionamento entre pais e filhos nestas condições é truncado e irá perecer antes da adolescência onde o filho pode adotar dois tipos de comportamento: o comportamento agressivo e de confronto ou passivo e de isolamento.

Cito o processo de aprendizado de Jesus:

Primeiro eu faço e você olha;
Depois eu faço e você me ajuda;
Depois você faz e eu te ajudo;
Depois você faz e eu olho;

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