Claudia e Julio planejaram e nasceu Luiza, uma linda menina.
Claudia fazia faculdade e trabalhava, e tendo em vista o
novo membro da família resolveu dedicar-se em tempo integral ao seu cuidado e
educação.
Este casal percebendo os desafios que surgiriam com a
bem-vinda chegada de Luiza investiram tempo e dinheiro em um curso chamado “Como
criar seus filhos”, pertencente à Universidade da Família (UDF).
Luiza, finalmente nasceu e eles aplicaram os ensinamentos
apreendidos durante o curso. Fui visitá-los uns anos atrás e tive gratas
surpresas quanto ao relacionamento dos três.
Quando é chamada para almoçar, Luiza, junta rapidamente seus
brinquedos e se dirige a uma cadeirinha que possui cinto de segurança e
mesinha. Ela sobe, põe o cinto e coloca as mãos sobe a mesa indicando que está
pronta para comer.
Durante a refeição ela come sozinha, põe na colher apenas o
que cabe na boca e mastiga tudo sem derrubar comida no chão e sem sujar o
rosto. Ao término, balbucia algumas palavras que indicam que terminou. Se sujar
as mãos ela as levanta e aguarda sua mãe vir limpá-las.
A mãe por sua vez a elogia, a abraça e retira o cinto. Ato
contínuo ela vai em direção ao banheiro para escovar os dentes. Uma
curiosidade. Ela lava duas vezes. Não entendi porque, os pais também não sabem.
Como eles conseguiram?
O primeiro item foi a dedicação da mãe. A criança não está
na creche em que uma pessoa tem que ensinar a dezenas de crianças com dêem se
comportar e que uma delas ensina a todas as outras a chorar e a derrubar a
comida no chão.
Alem disso, os pais tem uma atitude saudável em relação aos
alimentos e bebidas. Como a comida devagar, juntos, não bebem durante o almoço.
Não existem conversas estressantes durante esse tempo em comum. Não existem
doces e balas entre as refeições e os horários são mantidos, assim todos sabem
que quando devem estar prontos para comer .
Adicionalmente, os alimentos colocados a mesas não são
opcionais, todos devem comer o que está servido, nada a mais nada a menos. A
alimentação não serve para estancar a ansiedade. A mãe não suplica que a
criança coma, simplesmente não há opção.
A criança possui horário específico para olhar televisão. A
televisão não é usada para manter a criança quieta enquanto a mãe desenvolve
suas atividades, mas sim como uma ferramenta auxiliar. São usados pequenos
filmes educacionais de forma moderada. A mãe complementa os ensinos dados e
reitera e assume sua autoridade e responsabilidade sobre a educação da criança.
Tudo foi simples? Não.
Como os dois trabalhavam o orçamento diminuiu.
Então de comum acordo cortaram despesas que representavam pequenos
confortos e se adequaram ao novo estilo de vida.
Ela deixou a faculdade.
Ela percebeu que poderia retomar se quisesse assim que a
filha crescesse. Assim fizeram uma poupança para bancar a faculdade no futuro,
em caso de necessidade.
Ela planeja seu tempo na casa.
Duas vezes por semana eles saem para uma aula de dança e
duas vezes por semana ela faz pilates.
Os fatores de sucesso dessa relação casal x filha são:
- foram feitos acordos entre os adultos, aceitos e
executados a contento;
- avaliação do que é urgente x necessário;
- papéis e responsabilidades dentro da família não estão
invertidos;
- filho planejado e dentro da cerca protetora do casamento;
- Pais se prepararam com cursos para receber a filha.
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