quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Divisão de Tarefas


Uma das responsabilidades do pai é criar um sentimento familiar de união e de pertencimento. Para tanto, uma das maneiras é incentivar o espírito de equipe no lar com divisão de tarefas.
A divisão de tarefas propicia a interação, a comunicação e a necessidade de colaboração entre irmãos. Mas o maior ganho é o sentimento de pertencimento.
Todos os membros da família precisam saber e sentir que são bem vindos, queridos, amados pelo grupo e que sua presença e as atividades que desempenham fazem diferença. A ausência desse sentimento se revelou, em inúmeros casos que partilhamos a solidão, a depressão, suicídio e uso de drogas.
Existem outras maneiras de incutir esse sentimento de amor pela família como, por exemplo: elogio ou encorajamento verbal, dar presentes, tempo de qualidade, toque físico e serviço, mas hoje vamos focar apenas no incentivo do espírito de equipe.
As atividades devem ser distribuídas em função da idade, da habilidade e disponibilidade da criança ou jovem, não devem ser pagas, mas podem ser elogiadas. Devem ser privilegiadas atividades em que haja necessidade de troca de impressões e colaboração com pais e irmãos.
Cuidado com higiene, roupas, objetos pessoais e estudar, bem como seu arrumar o quarto, não entram na distribuição de tarefas. Pelo contrário, são pré-requisitos, para liberdades como sair para brincar, jogar videogame ou navegar na internet, por exemplo.
Importante dizer que essas atividades não podem ser usadas como forma de castigo. Feito isso toda atividade desse tipo passa ser encarada como tal.
Outro erro freqüente é que todas as tarefas caseiras são de responsabilidade da esposa. Tomar um copo de suco e lavá-lo, colocar sapatos e chinelos no lugar, tirar a toalha molhada recém usada de cima da cama são itens óbvios, mas que figuram no topo das reclamações das esposas.
A síndrome da troca da guarda, em que a mulher não faz mais nada em casa assim que o marido chega, transferindo para ele todas as atividades, também é um fator de fracasso para a divisão e execução das tarefas de casa.
Os filhos observam esses erros e passam a ter um comportamento reativo, até mesmo para as próprias atividades como tomar banho e escovar os dentes. Voltar atrás desses erros requer um esforço de ambos os cônjuges e uma ou mais reuniões familiares para ajustes.
A ausência desses cuidados, principalmente por parte do pai, propicia que o adolescente seja preguiçoso e insolente, no que diz respeito a trabalho, organização e até mesmo higiene pessoal.

O sentimento de ser amado, de pertencer a família e ser importante vai mudar a vida dos membros da família. No texto abaixo, de Gary Chapman, do livro As Cinco Linguagens do Amor, exemplifica isso.

Psicólogos concluíram que sentir-se amado é a principal necessidade do ser humano. Por amor, subimos montanhas, atravessamos mares, cruzamos desertos e enfrentamos todo tipo de adversidade. Sem amor, montanhas tornam-se insuperáveis, mares intransponíveis, desertos insuportáveis e dificuldades avolumam-se pela vida afora. O apóstolo dos gentios, Paulo, exaltou o amor ao afirmar que qualquer ato humano não motivado por esse sentimento é em si vazio e sem significado. Concluiu que na última cena do drama humano, somente três características permanecerão: "fé, esperança e amor. Porém, a maior delas, é o amor".

Um comentário:

  1. "Importante dizer que essas atividades não podem ser usadas como forma de castigo. Feito isso toda atividade desse tipo passa ser encarada como tal."

    Maravilhoso!
    Lembro que aos sete anos minha mãe começou a dividir as tarefas de casa e sempre assim... cada vez que um completava sete anos de idade, ela começava a nos dar tarefas. Nunca me esqueço quando ela nos juntou na sala para dizer: "Se eu morrer, vocês não passarão fome. Sabem cozinhar e já aprenderam a trabalhar".
    O cuidado para que até mesmo meu irmão tivesse atividades iguais às nossas (duas irmãs) fazia tudo ficar justo. Entendemos que aquilo era para nosso próprio bem e também para o dela que com o passar dos anos já não consegue fazer tudo da mesma habilidosa forma que antes.
    Da mesma forma, meu pai, ajuda no que é possível quando está em casa e não no trabalho.
    Neste ponto, sinto que estamos indo bem.
    E é exatamente como você disse: "Os filhos observam esses erros e passam a ter um comportamento reativo, até mesmo para as próprias atividades como tomar banho e escovar os dentes."
    Se minha mãe e meu pai não colaborassem tanto um com o outro, talvez eu realmente tivesse um comportamento ruim e não aceitasse tão bem as tarefas me dadas desde nova (que com o tempo e a idade, aumentaram, óbvio).
    Adorei todo o texto. Sempre de parabéns em todos eles! Abraços!

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