sábado, 20 de outubro de 2012

Pais do Abandono - não quero comer


Como é o momento das refeições na nossa família. Como compartilhamos o alimento?
Tendo em vista nossa atividade com famílias, frequentemente somos convidados para participar de eventos ou mesmo pequenas comemorações.
Esses convites nos dão a rara oportunidade de ver qual é a mecânica de pessoas completamente diferente de nós, inclusive nos aspecto religioso.
Em uma das visitas observamos a pequena Helena. Dois anos, recém-completados, muito ativa e esperta. Ao primeiro anúncio da mãe a respeito do almoço ela se aproximou da sua cadeirinha, especialmente adquirida para ela, sentou-se e colocou o cinto de segurança.
A cadeira é mais alta, para permitir que a criança fique no nível de um adulto, com cinto de segurança e mesinha à frente.
O alimento foi colocado a sua frente, juntamente com a colher. Ela aguardou pacientemente pela oração que se seguiu. Elegantemente, ela movia a colher de modo a reter o suficiente para não transbordar. Levava a boca e mastigava tranquilamente. Não derrubou nada. Ao final, sem pedir, ele recebeu um pequeno copo com suco. Os adultos bebiam refrigerantes. Ela não pediu a mesma deferência.
Tomou a bebida e levantou as mãozinhas fazendo um sinal de término. Sua mãe olhou, sinalizou de volta. Ele esperou que a mãe limpasse suas mãos e desceu alegremente da sua cadeira. Foi brincar.
Como pode isso?
1 – Os pais estabeleceram momentos claros durante o dia e este era um deles. Há um ritual. Todas as outras atividades devem cessar. Ninguém está no computador ou olhando televisão. Todas as atenções se voltam para o almoço.
2 – não houve tentativa de convencer a criança de que a comida era boa;
3 – não há briga ou discussões durante o almoço. O tom de voz é baixo. Os assuntos domésticos sobre comportamento ou dinheiro estão fora da pauta. É um momento agradável.
Dois dias atrás tive a oportunidade de ler um relato que me impressionou. Tanto que programei o que aprendi em minha própria vida.
Segue o relato em tradução minha, tendo em vista que pertence a um site em inglês. http://www.mandiejoy.com
“Quando eu era pequena, meu pai instituiu "A Regra da primeira mordida". Parecia bastante simples: ninguém poderia provar o alimento até que o cozinheiro (geralmente mãe) tivesse provado e apreciado. Afinal, ela havia criado a refeição. Ela pôs o pensamento e esforço para a nossa nutrição, bem como, cores e temperatura dos alimentos em nossos pratos... E nós só aparecemos para a festa no último minuto. Deixá-la provar primeiro foi uma maneira de homenagear seu esforço. Além disso, perguntamos. "Mamãe, é bom?".”
“Parece uma oferta pequena, mas para pequenos ratos rosnando com fome, esperando por uma oração e uma primeira mordida da mamãe parecia uma eternidade. A nossa fome desejava a comida, mas era suprimida pela paciência. Nossos pais queriam que um tipo diferente de fome crescesse em nossos espíritos - uma fome para honrar, respeitar, para colocar os outros (e, em última análise Deus) acima de nós mesmos.”
Todos esses elementos facilitam a convivência e o ensino de boas maneiras as crianças.

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